Prosa da semana

Essa semana batemos um papo com um verdadeiro bandeirante do futebol de mesa, Valini um dos maiores senão o maior incentivador do esporte no interior paulista, o resultado desse bate papo você lê abaixo.


Pro-gol: Me fala sobre seu trabalho em favor do Futebol de Mesa?
Valini: Cara, não tenho nenhum trabalho específico. Tudo o que faço é pelos meus amigos e porque gosto de jogar botão. Confesso que ter recebido a confiança do presidente Farah, para realizar um Aberto em Salto (minha terra natal), neste ano, foi um momento marcante pra mim. Sou um apaixonado pelo esporte, nada mais que isso.

Pro-gol: E o trabalho a frente do Bloco do "R"/Ituano, onde esse time pode chegar?
Valini: Bom, o trabalho no Bloco não é uma coisa minha. Como muitos sabem, o Bloco tem sua principal atividade relacionada ao Carnaval e como nesse ano houve alguns problemas com a Prefeitura, acabei 'abrindo mão' de jogar no Círculo Militar para não deixar que um grupo de amigos ficassem de fora dos torneios da federação. Nisso, o João Pedro também entendeu que poderíamos ter uma equipe forte e competitiva. Aí acabou dando tudo certo no quesito transporte, tivemos o apoio do Ituano (que foi onde o Futmesa começou aqui em Itu) e montamos uma equipe de qualidade com a vinda do Marcio, do Spinelli e mais recente do Pietro Varoli, tudo capitaneado pelo João Pedro. Tenho certeza que esse time, mesmo não sendo campeão, ficará marcado como o 'melhor de todos os tempos', pois o grupo é unido e a vontade de vencer é grande.

Pro-gol: Como incentivar o Futmesa no inteiror?
Valini: Rapaz, esse assunto é complicado. Eu acho que o ponto principal é saber onde o botonista quer chegar. As dificuldades são enormes... falta transporte, falta apoio de clubes, falta botonista com responsabilidade, enfim, acho que o maior incentivo é saber que podemos crescer, evoluir... exemplo disso é o Bloco do "R"... se você pegar o time de 1998 e o de hoje, verá que mudaram poucos botonistas, mas o espírito de hoje é bem mais vencedor. O principal incentivo tem que vir do próprio botonista. Tem que acreditar, tentar evoluir sempre...

Pro-gol: Me fale um pouco de sua carreira?
Valini: Putz... eu sou velho de Futmesa! Eu sempre amei jogar botão... Até que em 1990, fiz um trabalho para a escola sobre o time de futebol do Ituano e lá na sede do Galo eu encontrei um 'certificado' de que o Ituano era federado e que existia uma Federação Paulista de Futebol de Mesa. Me informaram que o coordenador era o saudoso Gildo Guarniéri e a partir daí o "vício" só aumentou... Joguei até 1998, aí veio namoro, casamento, filhos, enfim... retornei em 2006 pelo Rio Branco de Americana, a quem agradeço de coração ao seu Gilberto pela forma como fui acolhido e tratado. Em 2007 voltei para o Bloco e tive a felicidade de jogar meu primeiro e único brasileiro individual. Aí você (Francisco Junior) me fez o convite para jogar no São Judas onde fiquei por duas temporadas. E agora em 2010, novamente meu empresário Francisco Junior (rsrs) acertou minha ida para o Círculo, porém, devido aos problemas já mencionados acima, acabei retornando ao Bloco do "R".

Pro-gol: Como foi sua passagem pelo São Judas?
Valini: Hoje posso dizer, com toda certeza, que foram os meus dois melhores anos no Futebol de Mesa. O São Judas era uma família! Pessoas extraordinárias com as quais tive o privilégio de conviver. Pinna, Guga, Celsinho, Rafa, seu Elias, Matrix, Zacharias, Izo, Sérgio e Rodrigo Moro, Cebola, entre outros, meu Deus! amigos que estão guardados em meu coração por tudo o que me ensinaram e me proporcionaram no Futmesa. No final de 2008, na véspera do Itu Open tive a honra de receber grande parte desse pessoal em minha casa e foi um momento especial na minha vida. Algo que ficou marcado! E tudo graças ao Futebol de Mesa.

Pro-gol: Quais foram seus principais titulos?
Valini: Bom, eu tenho dois Abertos da Bronze, um da Extra e um da Prata, além da Taça do Interior deste ano. Por equipes eu venci a Copa São Paulo em 2008 pelo São Judas e foi campeão do Interior pela Liga em 2009 com o Bloco do "R".

Pro-gol: Se um dia vc fosse o presidente qual a primeira realização?
Valini: Não tenho essa pretensão. Nunca pensei nisso, mas se um dia a FPFM precisar ou achar que posso ser útil, tenha certeza que não medirei esforços para ajudar.

Pro-gol: Vc é a favor da extinção do juvenil e do master?
Valini: Não. Os Masters são aqueles botonistas que permitiram que o Futmesa chegasse onde está hoje. O Juvenil é nossa continuidade. O problema é que estamos na era da informática e a competição é muito desigual. Eu só vejo uma saída: a parceria com escolas.

Pro-gol: Fale um pouco sobre a Liga do Interior, e como fazer para colocar esse povo na federação?
Valini: A Liga foi criada em 2008 com o intuito de unir mais o interior. Inclusive, no começo, a minha ideia era ter uma liga com times fortes, para que pudessemos ter um calendário diferenciado da Federação, uma vez que os times do interior não tem condições de enfrentar de igual pra igual os clubes de São Paulo. Hoje, a Liga possui 6 cidades participantes (Itu, Campinas, Americana, Socorro, Piracicaba e Atibaia) e a grande maioria dos botonistas estão federados.

Pro-gol: Zé Mario é melhor botonista ou melhor treinador na Várzea ituana?
Valini: Huahuahuahuahua... Eu costumo dizer que como treinador de futebol o Zé é um excelente botonista! Mas tiro o chapéu para ele. Quando o Futebol de Mesa esteve prestes a acabar em Itu, foi o Zé Mario, com sua cara e coragem que conseguiu abrir as portas do Bloco do "R" e mantém até hoje, o esporte vivo na cidade. É um grande amigo, que sempre está disposto a colaborar.

Pro-gol: deixe seu recado
Valini: Agradeço pelo espaço, pela oportunidade e lembro que este ano iremos promover a terceira edição do Itu Open, espero que o pessoal de São Paulo prestigie. E fica meu pedido ao seu Elias que reabra o São Judas, pois mesmo não podendo estar sempre presente, sinto muita falta da galera!